sexta-feira, 26 de junho de 2015

21/06/2015

Do primeiro dia 21 ao último dia 21 tivemos 941 dias. Não foi muito e nem foi pouco, foi apenas o nosso tempo.

Tentamos. Tentamos de novo, mas as coisas são como são.

Agora é a pior parte: acordar sem "bom dia", dormir sem "boa noite", querer contar uma novidade mas não ter ninguém para escutar. Sentir aquele aperto no estômago e lembrar que ainda não comeu. Olhar pro final de semana sem saber o que fazer.

Sei que fizemos o que deveria ser feito, mas nada disso diminui a dor e a falta que você faz nos meus dias. Talvez pela nossa amizade, pelo nosso jeito largado e as piadas debochadas. Filmes que íamos ver juntos, viagens que combinamos pro futuro.

E por falar em futuro, quero te ver crescer e se encontrar no mundo, quero saber das suas conquistas e comemorá-las de longe ou saber das suas perdas e dividir a dor com você mesmo não estando do seu lado.

Não quero te encontrar em festas ou bares, não quero te ver abraçar outra mulher, mas também não quero ser egoísta. Por isso vá em frente, viva sua vida e eu vou viver a minha, não ligue se de repente eu sair correndo, se eu não olhar pra você ou nem te cumprimentar, é que eu ainda "to aprendendo a viver sem você".

Quem sabe um dia, vendo de longe, a gente entenda de verdade o que aconteceu.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Os castelos da vida

A vida gosta de tremer nossos castelos de certezas de um jeito que quase nunca dá pra entender de primeira.
Costuma demorar uns dias, meses e até anos para que tudo faça mais sentido e o sorriso volte para o rosto.
A vida tremeu meus castelos
Alguns apenas se ajeitaram, mas aqueles que estavam comodamente apoiados em materiais frágeis, só fizeram cair.
Caíram devagar, mas ninguém quis tentar segurá-los, nem eu.
Quando só restaram os destroços, pude ver o sol brilhar por mais um horizonte.
Quando limpei os destroços, vi que a grama era realmente mais verde e aquele sorriso sem graça foi inevitável, como uma piada sem graça que fazia sentido.
Obrigado por esse terremoto, vida... E que venha 2013!  

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Era uma vez...

Gostava daquele tempo em que a gente se divertia juntos, em que ríamos juntos de tudo e só com um olhar sabíamos tudo o que o outro estava pensando. Será que você ainda se lembra?

Gostava de quando você fingia que gostava das mesmas coisas que eu, fingia que lia as coisas que eu escrevia, gostava quando você me colocava antes dos seus amigos, quando você batalhava por uma folga no trabalho só para viajar com a minha família. Lembra disso?

Gostava de te admirar, de sentir orgulho da pessoa que você era ao meu lado, gostava de ouvir você me descrevendo como "perfeitinha". Hoje percebo que talvez tenha sido isso o que mais estragou a nossa história: eu tentar ser essa "perfeitinha". Foi também eu deixar você estar sempre certo no que dizia e no que fazia, foi eu não brigar como devia, não gritar com a força que eu tinha, foi aceitar que, "apesar dos defeitos, você era um bom namorado", lembra quando você me disse isso?

Não fui eu mesma com você, me deixei levar pelo título que você tinha me dado, "perfeitinha", e me esqueci que sou completamente torta, cheia de manias e de não-me-toques. Esqueci de te mostrar as minhas crenças, aliás, esqueci delas pela convivência com você e com suas teorias. Esqueci até da minha própria família, achando certo a constante convivência apenas com a sua. E fui esquecendo de ser eu. Lembra que você dizia que era estranho meu comportamento perto dos outros? Olha só que curioso, os outros diziam que achavam estranho meu comportamento perto de você.

Queria que você tivesse me conhecido de verdade, por trás de todo aquele esforço para ser impecavelmente perfeita aos seus olhos. Queria que você fizesse parte da minha vida, das minhas festas e principalmente das minhas fotos. Se assim fosse, será que haveria uma história mais bonita para contar?


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lugar de se aninhar


Tem lugares que a gente sente vontade de correr, pular e ficar largado no chão só observando as nuvens passarem.
As preocupações voam com os pássaros e a respiração fica de acordo com a brisa, que entra pelas roupas de um modo convidativo para sonhar.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Quem é você no silêncio?

É noite.
As luzes se apagam. 
Luzes do této, luzes das telas grandes e das telas pequenas.
Os sons se calam. 
Sons das caixas, sons das casas de fora e da casa de dentro.
Não há mais nada que a impede de ser ela mesma, de dançar uma dança inventada ou brincar de teatro com a própria vida.
Mas chega a hora em que o relógio vira A.M. e seus olhos insistem em fechar, não para a desligar, mas sim para que sua mente trabalhe livre, sem que o consciente interfira nas loucuras que o inconsciente a faz sonhar. 
E ela adora. Adora simplesmente por não entender nada. 
E ainda diz como quem acha que sabe de alguma coisa:

"As luzes podem até estar apagadas, mas minha imaginação tem o poder de iluminar o mundo. Os sons podem até estar desligados, mas meu corpo tem ânsia pelo diálogo e não se cala nem no silêncio."


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu soube, eu sempre soube


Achei que era feliz com minhas meias palavras, minhas cores trocadas e camisas desabotoadas.

Foi logo antes de você aparecer com suas palavras ditas, suas cores vivas e roupas tingidas.

Te olhei sem querer, sussurrei com prazer, quis saber que gosto poderia ter, e soube.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Conhece Ele?

Ele, aquele que a inspirava em suas melhores ideias.

Aquele que a acompanhava mesmo quando ela queria ficar sozinha.

Coloria seu mundo, mas não era egoísta, coloria também todos os outros que por perto estavam.

Ele, que mesmo não sendo imagem ficava na mente de quem a tocasse.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Agora você já sabe.

Alguma vez você já quis escrever, mas as palavras não entravam em ordem para formar uma frase? Você percebe que todas as palavras em que você pensou são lindas, e delas sairiam belíssimos textos, mas são tão aleatórias que nem usando a mesma fonte elas conseguem se fingir de amigas.

Quando isso acontece  não é algo ruim, é um momento único em que você deve se concentrar e escrever cada uma, da forma que vierem, da forma que quiserem vir.

E quando não houverem mais palavras a serem pensadas ou escritas, é a hora de deixar o lápis e ir brincar com as cores, fotografando, pintando.

Assim que tudo se juntar, você vai sorrir e irão chamar toda aquela sua confusão de criatividade!


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Poeta?

Sozinha. 
Não em um bar, isso é coisa de boêmios. 
Em um café, isso é coisa de poeta. 
"Ela é poeta?"
Não, mas não quer dizer que ela não possa se portar como tal.
Quem seria capaz de julgar uma estudante por se sentar em um café e tentar fazer poesia? 
"Então ela faz poesia?" 
Não, mas pensa que faz e isso basta. 
"Alguém a lê?"
Não, apenas ela mesma que não é alguém e muito menos ninguém.


sábado, 6 de agosto de 2011

Sem culpa, só saudade.


Era uma sexta cansativa como todas daquele mês tinham sido, mas dessa vez ninguém a estava esperando. O banho foi demorado, pra tentar se livrar das sujeiras que o dia tinha lhe dado sem que ela pedisse. O creme deslizava mais devagar sobre sua pele, como se quisessem fazer o papel que não era deles, como se insistissem num carinho que não podiam dar.

Ficou ali, parada frente ao armário abarrotado de roupas, como quem procura algo que já sabe que não vai encontrar. E como por um empurrão se atirou sobre as roupas e ali sentiu o cheiro dele. Uma ideia passou por sua cabeça rapidamente, mas com a intensidade de um pulo. Se vestiu, pegou a bolsa e correu para chegar a tempo.

No ponto de ônibus seus pensamentos eram tão grandes que furavam sua cabeça, e isso parecia lhe fazer cócegas. Até que enfim o ônibus chegou e ela teve de esperar sentada mas ainda com o coração batendo forte. Em alguns minutos de eterna ansiedade, ela avistou o aeroporto e em uma piscada já estava correndo  pelo saguão, até que o avistou. Assim que seus olhares se cruzaram, todo peso em excesso caiu e correram tão rápido um em direção ao outro que ao se abraçarem pensaram que podiam voar. E parecia que voavam mesmo.

Depois de um longo beijo, dois segundos de conversa e um sorriso que fez tudo fazer sentido, ela deu as costas, recolheu o peso que tinha que carregar e foi andar pelo seu próprio caminho, deixando que ele também fosse, já que os dois tinham mesmo que ir. Sem culpa, só saudade.