quarta-feira, 30 de junho de 2010

Se foi

E eu esqueci.
Esqueci do seu cheiro, do aconchego, da hora de dormir.
Tive pra mim, certa vez, que nunca esqueceria um detalhe sequer em ti.
Mas hoje, devo dizer que não tenho certezas nas palavras, muito menos nas memórias.

Será que o melhor é esquecer?
Não pode ser.
Foste tão bom pra mim, me amaste tanto e tanto, me secaste o pranto.
Por tanto não acho justo que minha memória te espaireça, muito menos que um sonho se perca.

Se não pode mais ficar me deixe ao menos com uma lembrança tua,
Uma lembrança que viva com a lua e que brilhe nos dentes ao chegar de repente.
Quero te ter aqui presente, de alguma forma, talvez por uma rosa.
Apenas me deixe um beijo leve como a brisa e um abraço terno, Isa.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desapontamento


O reflexo de sempre passou a ser estranho, como se nunca o tivessem visto.

As ideias incríveis de sempre passaram a perder o brilho e se encaixotaram na poeira.

As cores mais vibrantes se converteram em cinzas e as canetas viraram teclas.

Nem se percebeu nada.

Foi só quando piscou que em um segundo ímpar, como devia de ser, se viu em outra forma, a que não era e nem queria ser, mas estava.

domingo, 20 de junho de 2010

Desabafo de mim pra eu.


Sinto me péssima, mas apenas dentro do meu quarto e com a porta trancada. Olho pro espelho e vejo um fantoche, bonitinho, arrumadinho, penteadinho e bem diferente do que eu esperava que seria. Antes eu dormia pra sonhar, hoje só durmo para descansar.
Fazia tempo que eu não sonhava, mas ontem eu sonhei. Foi estranho, a gente perde a prática quando fica muito tempo sem ter sonhos. Acordei devagar para não esquecer de nada, mas minha mente já não funciona como antes e na hora do almoço eu já nem lembrava que tinha sonhado.
Poucas pessoas sabem, mas eu choro e muito e também não sei lidar com a solidão e nem com o escuro, meus maiores medos.
Sou hipócrita as vezes, tenho um discurso pomposo e uma vida depenada. A maquiagem tampa as olheiras da madrugada e as manchas da impaciência.
Só sou verdadeiramente eu quando me tranco sozinha no quarto, no escuro, chorando assustada e pensando no meu próximo personagem. Só sou verdadeiramente eu quando me olho no espelho sem maquiagem, sem roupa e com o cabelo preso. Só sou verdadeiramente eu quando sorrio pro vento, quando vejo uma obra minha terminada, quando escrevo uma besteira com a letra bonita. Só tenho certeza de quem sou eu, nunca.
As vezes me pergunto se todos acreditam em todos os meus sorrisos. Não que eles sejam falsos para com quem os recebe, apenas mentem sobre meus sentimentos naquele instante. Talvez seja por isso que não me encanto com ninguém, parece que as pessoas só veem o fantoche e só querem o fantoche, ainda não conheci quem viesse saber verdadeiramente de mim.
"Estou muito feliz assim" - mentira. Mas não vou estragar nem o dia e nem a felicidade de ninguém. Continuo, como sempre, só imaginando, fotografando e escrevendo bobagens e cricagens da minha cabeça de Grilo.

domingo, 6 de junho de 2010

respire.

Um dia você descobre que nem tudo são flores, mas que a vida é cheia de amores e cores...
Um dia você acorda e passa a ver a vida com os olhos abertos, sem a ilusão escurecendo suas realidades...
Um dia você vivi, no outro só assiste, mas fraco é aquele que desiste!