quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Era uma vez...

Gostava daquele tempo em que a gente se divertia juntos, em que ríamos juntos de tudo e só com um olhar sabíamos tudo o que o outro estava pensando. Será que você ainda se lembra?

Gostava de quando você fingia que gostava das mesmas coisas que eu, fingia que lia as coisas que eu escrevia, gostava quando você me colocava antes dos seus amigos, quando você batalhava por uma folga no trabalho só para viajar com a minha família. Lembra disso?

Gostava de te admirar, de sentir orgulho da pessoa que você era ao meu lado, gostava de ouvir você me descrevendo como "perfeitinha". Hoje percebo que talvez tenha sido isso o que mais estragou a nossa história: eu tentar ser essa "perfeitinha". Foi também eu deixar você estar sempre certo no que dizia e no que fazia, foi eu não brigar como devia, não gritar com a força que eu tinha, foi aceitar que, "apesar dos defeitos, você era um bom namorado", lembra quando você me disse isso?

Não fui eu mesma com você, me deixei levar pelo título que você tinha me dado, "perfeitinha", e me esqueci que sou completamente torta, cheia de manias e de não-me-toques. Esqueci de te mostrar as minhas crenças, aliás, esqueci delas pela convivência com você e com suas teorias. Esqueci até da minha própria família, achando certo a constante convivência apenas com a sua. E fui esquecendo de ser eu. Lembra que você dizia que era estranho meu comportamento perto dos outros? Olha só que curioso, os outros diziam que achavam estranho meu comportamento perto de você.

Queria que você tivesse me conhecido de verdade, por trás de todo aquele esforço para ser impecavelmente perfeita aos seus olhos. Queria que você fizesse parte da minha vida, das minhas festas e principalmente das minhas fotos. Se assim fosse, será que haveria uma história mais bonita para contar?


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Lugar de se aninhar


Tem lugares que a gente sente vontade de correr, pular e ficar largado no chão só observando as nuvens passarem.
As preocupações voam com os pássaros e a respiração fica de acordo com a brisa, que entra pelas roupas de um modo convidativo para sonhar.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Quem é você no silêncio?

É noite.
As luzes se apagam. 
Luzes do této, luzes das telas grandes e das telas pequenas.
Os sons se calam. 
Sons das caixas, sons das casas de fora e da casa de dentro.
Não há mais nada que a impede de ser ela mesma, de dançar uma dança inventada ou brincar de teatro com a própria vida.
Mas chega a hora em que o relógio vira A.M. e seus olhos insistem em fechar, não para a desligar, mas sim para que sua mente trabalhe livre, sem que o consciente interfira nas loucuras que o inconsciente a faz sonhar. 
E ela adora. Adora simplesmente por não entender nada. 
E ainda diz como quem acha que sabe de alguma coisa:

"As luzes podem até estar apagadas, mas minha imaginação tem o poder de iluminar o mundo. Os sons podem até estar desligados, mas meu corpo tem ânsia pelo diálogo e não se cala nem no silêncio."


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu soube, eu sempre soube


Achei que era feliz com minhas meias palavras, minhas cores trocadas e camisas desabotoadas.

Foi logo antes de você aparecer com suas palavras ditas, suas cores vivas e roupas tingidas.

Te olhei sem querer, sussurrei com prazer, quis saber que gosto poderia ter, e soube.