sábado, 4 de setembro de 2010

falei.

E esse é o meu tchau que você vê ao longe e ainda responde mandando um beijo falso.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Brainstorm (1)

Gosto daqueles tempos que são guardados por um click, gosto quando vejo que alguém bordou o momento, revelou o dia ou pintou a ideia. Me enche de vida quando vejo um pôr-do-Sol, me lava a alma quando sinto a chuva na pele, me enche os olhos lavando a alma quando sinto minhas mais sinceras preces. As cores vibrantes do dia, de um dia de primavera, se perdem a noite em meio as luzes incandecentes e indecentes da cidade. A lua cheia, cheia de amor, observa o mundo enquanto joga seu sopro gelado sobre ele, e o faz de propósito para que os solitários encontrem alguém para se esquentar e que os namorados fiquem cada vez mais juntos.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Se foi

E eu esqueci.
Esqueci do seu cheiro, do aconchego, da hora de dormir.
Tive pra mim, certa vez, que nunca esqueceria um detalhe sequer em ti.
Mas hoje, devo dizer que não tenho certezas nas palavras, muito menos nas memórias.

Será que o melhor é esquecer?
Não pode ser.
Foste tão bom pra mim, me amaste tanto e tanto, me secaste o pranto.
Por tanto não acho justo que minha memória te espaireça, muito menos que um sonho se perca.

Se não pode mais ficar me deixe ao menos com uma lembrança tua,
Uma lembrança que viva com a lua e que brilhe nos dentes ao chegar de repente.
Quero te ter aqui presente, de alguma forma, talvez por uma rosa.
Apenas me deixe um beijo leve como a brisa e um abraço terno, Isa.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desapontamento


O reflexo de sempre passou a ser estranho, como se nunca o tivessem visto.

As ideias incríveis de sempre passaram a perder o brilho e se encaixotaram na poeira.

As cores mais vibrantes se converteram em cinzas e as canetas viraram teclas.

Nem se percebeu nada.

Foi só quando piscou que em um segundo ímpar, como devia de ser, se viu em outra forma, a que não era e nem queria ser, mas estava.

domingo, 20 de junho de 2010

Desabafo de mim pra eu.


Sinto me péssima, mas apenas dentro do meu quarto e com a porta trancada. Olho pro espelho e vejo um fantoche, bonitinho, arrumadinho, penteadinho e bem diferente do que eu esperava que seria. Antes eu dormia pra sonhar, hoje só durmo para descansar.
Fazia tempo que eu não sonhava, mas ontem eu sonhei. Foi estranho, a gente perde a prática quando fica muito tempo sem ter sonhos. Acordei devagar para não esquecer de nada, mas minha mente já não funciona como antes e na hora do almoço eu já nem lembrava que tinha sonhado.
Poucas pessoas sabem, mas eu choro e muito e também não sei lidar com a solidão e nem com o escuro, meus maiores medos.
Sou hipócrita as vezes, tenho um discurso pomposo e uma vida depenada. A maquiagem tampa as olheiras da madrugada e as manchas da impaciência.
Só sou verdadeiramente eu quando me tranco sozinha no quarto, no escuro, chorando assustada e pensando no meu próximo personagem. Só sou verdadeiramente eu quando me olho no espelho sem maquiagem, sem roupa e com o cabelo preso. Só sou verdadeiramente eu quando sorrio pro vento, quando vejo uma obra minha terminada, quando escrevo uma besteira com a letra bonita. Só tenho certeza de quem sou eu, nunca.
As vezes me pergunto se todos acreditam em todos os meus sorrisos. Não que eles sejam falsos para com quem os recebe, apenas mentem sobre meus sentimentos naquele instante. Talvez seja por isso que não me encanto com ninguém, parece que as pessoas só veem o fantoche e só querem o fantoche, ainda não conheci quem viesse saber verdadeiramente de mim.
"Estou muito feliz assim" - mentira. Mas não vou estragar nem o dia e nem a felicidade de ninguém. Continuo, como sempre, só imaginando, fotografando e escrevendo bobagens e cricagens da minha cabeça de Grilo.

domingo, 6 de junho de 2010

respire.

Um dia você descobre que nem tudo são flores, mas que a vida é cheia de amores e cores...
Um dia você acorda e passa a ver a vida com os olhos abertos, sem a ilusão escurecendo suas realidades...
Um dia você vivi, no outro só assiste, mas fraco é aquele que desiste!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Trim Trim

Não adianta chorar, pedir, implorar....
nada cai do céu;

Esperneia, berra, sofre...
nada é conquistado no grito;

E todo dia eu acordo e enquanto fico bonita, ensaio...
diálogos, ações, beijos;

Tudo foge da minha percepção nesse momento...
mãe, pai, irmã;

Café, pão, manteiga...
pensamentos do que já foi e do que será;

Dentes, relógio, chaves...
Agora só penso em estar no lugar certo e na hora certa.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Contos de Garota (10)


Eu tinha 12, ela 19. Deviam ser umas nove e meia da noite e ela estava no nosso banheiro reformado. Acendeu todas as luzes possíveis para enxergar todos os poros da pele, abriu o estojo de sombras que até hoje eu anseio, apontou o lápis preto, assoprou os pincéis e separou os possíveis batons. Parada ao seu lado eu observava cada movimento, todos os cuidados e cores que ela tinha. O cabelo todo preso por grampos para conservar as ondas e mantê-las fora do rosto.

Parecia nem se ligar do meu deslumbramento por aquele momento, parecia uma artista pintando uma tela importante, combinando cores e escolhendo os melhores pincéis. Tinha a mão firme e decidida ao que ia fazer, achei até que ia errar de tanto eu admirar.

Antes dela terminar, pra mim, já estava pronto, mas ela olhava de um lado, virava para o outro, abria a boca, fechava um olho, sorria e entrava em dúvida, mas depois sempre mexia num detalhe. Achei que tinha terminado umas 3 vezes, mas não. Quando ela finalmente disse que tinha terminado se virou para mim e disse: "O que acha?".

Elogiei muito, como sempre fazia depois de todo esse processo, e me imaginei ali, no lugar dela, com todas aquelas cores e pincéis a minha disposição, para me fazer tão linda como ela estava.

Tirou os grampos e bateu no cabelo que tomou seu devido lugar, calçou o salto, se lançou perfume em todos os cantos do pescoço dizendo que até chegar na festa metade do cheiro teria ido embora, pegou a bolsa e se foi. Enquanto ela ia, eu sorria e esperava com ansiedade a minha vez.

sábado, 10 de abril de 2010

só sabe quem merece saber.

Foi o esperado que se mostrou surpreendendo. O que parecia ser já nem cogitava a ideia de ser como parecia. Se tornou morto, vivendo. Alguns racham em gargalhadas, outros dizem que é difícil se recuperar de tamanha desgraça; mas não os demos ouvidos, são totalmente opostos, devemos nos ater apenas ao equilíbrio. Eu disse ao equilíbrio, não a maioria, que quase sempre é vista como certa.
Cada um a vê com os olhos que tem, veem os olhos que ela tem, mas não só os olhos, o conjunto inteiro de informações que ela traz. De uma simples trança no cabelo a um sapato sem salto no pé mal feito. Cada pedacinho dela trazia uma mensagem que se parecia diferente para cada par de olhos que a fitavam, isso quando fitavam, a maioria [dessa vez burra] só a colocava como parte do cenário, figurante. Mal sabiam esses que ela era a protagonista. E ainda bem que não sabiam, caso outro, ela não seria quem é.

sábado, 27 de março de 2010

47 minutos e não importa quantos segundos.

Te fiz gracinhas enquanto te contava sobre minhas vergonhas, talvez para que você não as ache tão vergonhosas. Mas como não acharia? Seu caráter não as deixou passar sem exclamações.
E todas as suas palavras, cada uma delas, foram entrando em meu coração e preenchendo um lugar que já estava esperando por elas. Foram assim, despertando minhas verdades e me fazendo amanhecer. E o seu Verbo, que também é o meu, te fazia falar e me fazia entender.
Fez viver novamente meu verdadeiro eu, antes sufocado. Me limpou os olhos com água salgada e sorriu.
E o que mais eu poderia falar além de OBRIGADA, EU TE AMO.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Era pra ser assim mesmo.

Te vi hoje. Te olhei nos olhos e você nos meus.
Te quis ontem. Te beijei a boca e você as minhas mãos.
Te amei outro dia. Te vi e te quis e você só me amou quando eu passei.

sábado, 6 de março de 2010

Contos de Garota (9)


A boneca tomou curvas de Barbie, o mundo sorriu e ela retribuiu. Aprendeu a usar a maquiagem sem parecer um palhaço, descobriu o poder de cada fio de seu cabelo e passou a gostar do que via no espelho. Mesmo em seu pior dia ela mantinha o olhar meigo e cativante, conquistando todos a sua volta. As vezes se fazia de boba pra ter graça e fingir que não era sempre esperta, as vezes olhava torto ou de canto de olho, mas tudo por um motivo já pensado. Queria conquistar o mundo, se fazer conhecer, mesmo sabendo, lá no fundo, que já era conhecida. De noite, vendo tv, sentia uma falta que parecia não existir, olhava a meia cama vazia e ficava pensativa, ou talvez questionativa, só ela sabia.

e diziam: "Você tem o destino da lua: a todos encanta, mas não é de ninguém"

Mentira. Verdade em partes. Não vou discutir pois a história ainda não teve fim, aliás, mal começou.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Contos de Garota (8)


No estômago, borboletas;
Na cabeça, orações;
No coração, esperança.
Não se sentimentalizava por ninguém, nem por ela mesma. Queria se costurar, se cortar. Chegou até a se ameaçar em frente ao espelho, mas parece que sua imagem não tinha moral consigo mesma.
Contava os segundos como numa brincadeira, pulando pelos minutos e rolando nas horas, os dias ela sentia sentada, a semana a torturava, tinha que mostrar que o tempo passa e em uma hora não se rola.
Sem querrer, quis viver, respirar um pouco mais para terminar o segundo, o minuto, as horas... até morrer com o ano, que sempre tinha mais um segundo para dar a ela.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Foi com o mar. Foi pra não voltar.

Fui ao Rio sem ar condicionado, abri as janelas do carro e fui estapeada pelo vento.
Só de estar lá já me sentia diferente.

Bem me fez ir a praia bem cedinho, ver e ouvir as ondas, sentir a maresia e respirar salgado. Quando entrei no mar as ondas me puxaram com força e levaram minhas preocupações e meu biquíni. Só encontrei o biquíni, as preocupações nem fiz questão de encontrar, no mínimo, uma concha as fez de pérola.