terça-feira, 28 de outubro de 2008

Você me tirou o sono

Pensamentos atropelavam meu sono como trem desgovernado, não me permitiam adormecer. Uma inquietação tomava conta de mim, eu me virava e me remexia na cama, a noite era calada e isso formava em mim uma sensação nunca antes sentida, uma mistura de prazer e agonia. Mesmo deitada podia notar as pernas bambas, meu olho aberto, meu coração pulando e pedindo para te ver, meus pensamentos estavam tomados por ti, apesar de meus esforços para resistir, era tarde, você já tinha me deixado corada mesmo antes de sua imagem invadir minha mente. O calor já dominava meu corpo, o lençol parecia me sufocar e a vontade de gritar, chorar e rir ao mesmo tempo era intensa. Naquela noite você me tirou o sono, se apoderou da minha mente e trouxe singular sentimento que, até esse dia, eu só tinha ouvido falar. Eu ainda estava na cama, mas minha alma ia de encontro com a sua e pararam em frente a lua se admirando e se apaixonando. Era impossível conter, inútil lutar e difícil de entender, mas será que eu precisava entender? Comecei a achar que poderia ser algo passageiro e que de manhã eu estaria sã novamente.
Nunca vi uma noite passar tão devagar, era como se a noite soubesse que eu precisava do raiar do dia para me levantar e me ocupar com algo para esquecer ou pelo menos ignorar meus pensamentos - você -, e só por isso ela me fazia sentir cada segundo, eu olhava para o relógio e os ponteiros não se mexiam, como se o tempo estivesse parado para me ver agonizar mais. Eu fechava os olhos e via você, abria-os e via o relógio parado. E assim foi minha noite, tudo por causa daquela carta mal feita e daquela flor amassada. Malditas sejam! Maldito seja! Não quero isso, não pedi isso, é assustador demais, dá arrepio, dá frio quente e quente frio. Agora, com o estrago feito só o que posso pedir é que N. Senhora me proteja e saiba me guiar por esses caminhos que chamam de amor. Amor?
Assim seguiram minhas noites, noites paradas, noites sem horas, sem vontade de acabar. E por essas noites eu traçava meus sonhos, minhas vontades e fazia de tudo um teatro comandado por mim; um cenário, figurantes, você, eu, nossas vidas; tudo ajeitado para sermos felizes. Muitas vezes cheguei a achar que era real, mas não durava muito, meus pensamentos tratavam de me lembrar das diferenças, você se desfazia como fumaça indo pro céu e levava meu coração, e essas horas me faziam querer morrer, mas como? Não é prudente! Eu morrendo por ele é uma idéia inescrupulosa e absurda.Como ele conseguiu? O que fez comigo? Por que toda vez que o vejo minha boca insiste em sorrir, meu sangue subir todo para meu rosto e corar minhas bochechas? Eu o quero! Mas, um olhar, basta um olhar e eu já me entrego, me entreguei, sou dele e ele meu pela eternidade, eu o aceito e enfrento todas as consequências e opostos a essa união.
Esse sentimento faz a gente ficar tonto de repente, o corpo arrepia até por uma esbarrada, os olhos o enxergam antes mesmo dele aparecer, você olha para outro lado quando ele percebe que você já estava o observando a horas sem se cansar, perdê-lo de vista é como perder o rumo, e escutar sua voz é a calmaria tão desejada. Juras, jura que me amas e eu te entrego minha vida, já que já vivo por ti a tempos. Quem sofre disso percebe coisas e se ilude fácil, é perseverante e sempre tem um confidente, quero ser o teu, preciso saber o que me escondes, preciso saber o que me puxa para ti. Diga, preciso saber.

.nara.grilo.

Um comentário:

Lorena Alves. disse...

ah,o amor! de tudo que já vi,de tudo que já vivi!nada há de se comparar.o amo transpoe limites,constroi em nos o que jamais imaginamos possivel!o amor enlouquece,ensoberbece.e quando não é eterno deixa em nos sua eternidade! e eu desejo a você,mais amores do que você possa imaginar! que suas noites nunca passem depressa demais,sem deixar com você palavras,soltas ou penduradas!mas palavras que levam consigo TODO seu amor.!
comamor,
cartasantigas!